Semana da Prematuridade
A prematuridade é o nome que se dá à condição do bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação. Para conscientizar pais de todo o mundo sobre os fatores de risco e a prevenção ao parto prematuro, foi criada a Semana da Prematuridade em decorrência do Dia Mundial da Prematuridade – 17 de novembro. Dados do Ministério da Saúde apontam que 340 mil bebês nascem de forma precoce todos os anos no Brasil.
No Hospital Jorge Valente (HJV), os bebês que nascem antes do tempo previsto são internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, onde recebem todo o suporte necessário para suas demandas, sejam elas respiratórias, hematológicas ou outras. O médico e gestor da Linha Materno-Infantil, Leonardo Rezende, explica que o acompanhamento é feito por uma equipe multiprofissional, composta de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, psicólogas e assistentes sociais.
“A grande ferramenta para evitar a prematuridade é um bom acompanhamento pré-natal. Quando ele não é feito de maneira regular, aumenta-se o risco de prematuridade e com ela surge maior probabilidade de morte neonatal, de doenças de longo prazo ou complicações diversas e, principalmente, o transtorno provocado pelo afastamento da família”, afirma Dr. Leonardo. Um recém-nascido prematuro pode ficar meses internado, sem poder estar junto aos pais. Alguns desses bebês podem inclusive ter sequelas, a exemplo de problemas cognitivos. “Quanto mais precoce, maior o risco de haver sequelas a depender do tipo de situação que tenha levado ao parto prematuro”, esclarece o médico.
Doenças prévias que não foram adequadamente tratadas ou controladas, como a hipertensão arterial, estão entre os motivos que podem levar à prematuridade. Outras patologias maternas que podem contribuir para um parto prematuro são as doenças uterinas (miomas, colo do útero curto), infecção urinária na gestação, doenças sexualmente transmissíveis, infecções adquiridas na gestação e que podem causar infecções congênitas (citomegalovirose e toxoplasmose), gestação múltipla e idade materna (mães adolescentes ou gestantes com mais de 35 anos).
O nascimento de um bebê prematuro e sua internação em uma UTI Neonatal muitas vezes geram diferentes sentimentos nos pais, como culpa, frustração e dificuldade de aceitar a situação por ter tido um bebê menor e frágil, além do medo da perda ou do desconhecido. “A prematuridade traz repercussões psíquicas importantes na vivência dos pais de bebês prematuros. A função da Psicologia neste contexto é contribuir na construção do vínculo entre pais e bebês prematuros. O psicólogo também pode ajudar a equipe de atendimento a entender como é aquele processo para os pais e de que forma cada um pode ajudar a fim de incentivar a relação da família com o bebê, naquela situação de risco”, relata a psicóloga da Linha de Assistência Materno-Infantil, Jaqueline Simhon.
A coordenadora de Enfermagem da UTI Neonatal do HJV, Márcia Oliveira, lida frequentemente com este tipo de situação. Ela destaca que além dos cuidados com o bebê prematuro, que envolvem o banho, dieta por sonda ou oral, higiene e punções, é preciso promover a adaptação deles ao meio que ainda não estavam preparados para conhecer.
Márcia também ressalta a necessidade de acolhimento aos pais. “Estamos falando de um bebê que veio antes do esperado, então trata-se de um mundo novo para os pais, no qual o bebê está, na maior parte das vezes, entubado ou no CPAP (aparelho que o ajuda a respirar), com sondas, acesso venoso e monitores”, descreve. “Nós temos que estimular e estabelecer o primeiro contato, o toque, e fazer com que os pais comecem a pensar e a enxergar o prematuro como um bebê igual aos outros: que choram, abrem os olhos, escutam e querem colo”, pontua a coordenadora.
A assistência na área materno-infantil permeia não apenas o aspecto clínico e psicológico, mas também o social. “A atuação do Serviço Social exige a compreensão do contexto sociofamiliar, uma abordagem humanizada e a interação com a equipe multidisciplinar, cada um contribuindo com seu olhar”, enfatiza a assistente social Cândida Mathias. “É importante entender todas as nuances sociais que impactam direta ou indiretamente as famílias de bebês prematuros”, conclui.