Curso capacita profissionais em acesso vascular por ultrassom
Participantes do curso de Acesso Vascular guiado por Ultrassom
Aumentar a segurança nos acessos venosos de pacientes, em especial pediátricos, por meio do uso da ultrassonografia. Esse foi o objetivo do curso promovido pelo Hospital Jorge Valente (HJV) e Hospital do Subúrbio (HS) no último sábado, 08 de fevereiro, tendo como participantes cirurgiões e intensivistas pediátricos, anestesistas e pediatras das duas instituições.
“O curso é um divisor de águas na rotina dos pacientes, seja no trauma ou em cirurgias programadas, permitindo segurança e diminuindo complicações”, ressaltou a cirurgiã pediátrica Gabriela Zanolla, do Hospital Universitário de Santa Maria (RS), que ministrou as aulas ao lado da também cirurgiã pediátrica Vilani Kremer.
A cirurgiã Vilani Kremer (de preto, à dir.) acompanha as atividades
Instrutora de PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) pelo PICC Academy Network, Vilani explica que a utilização do ultrassom reduz significativamente as complicações decorrentes de acessos venosos, como sangramento no tórax (hemotórax) e ar no tórax (pneumotórax) que, muitas vezes, demandam a colocação de um dreno.
Dividida em aulas teóricas e práticas, a capacitação proporcionou o debate entre os profissionais, que apresentaram suas dúvidas e discutiram casos reais. “Todos estavam muito interessados no programa apresentado, uma vez que o acesso vascular é interesse de todos por fazer parte de qualquer área de tratamento dentro de um hospital. No final do dia, os participantes já estavam mais habituados com o manejo do ultrassom e como utilizá-lo na prática assistencial”, relatou Vilani Kremer, que também é especialista em Oncologia.
A médica Gabriela Zanolla esclarece que o acesso venoso guiado por ultrassom é realizado de forma rotineira nos Estados Unidos e na Europa. “Aqui ainda temos barreiras econômicas e, muitas vezes, até culturais, um receio das novas tecnologias. O Hospital Jorge Valente mais uma vez é inovador”, pontuou. Além da técnica com uso de ultrassom, a capacitação também abordou outros aspectos da terapia infusional visando redução de infecção e melhor indicação de cada tipo de cateter.
A médica Gabriela Zanolla (centro) explica procedimento à equipe
A cirurgiã avaliou como positiva a ideia do HS e HJV em promover o treinamento. “É elogiável a preocupação em qualificar a equipe e a preocupação de oferecer a melhor medicina para o SUS”. Para Vilani Kremer, a iniciativa dos hospitais foi importante por mostrar a preocupação na melhoria dos processos de atendimento, redução de complicações e incorporação de novas tecnologias na prática clínica. “Dados mostram que mais de 90% dos pacientes que ingressam para um atendimento hospitalar vão receber algum dispositivo vascular para fazer medicação ou procedimento. Então, estamos falando de uma preocupação com a qualidade da prestação do serviço de maneira geral. Todas as administrações de serviços de saúde deveriam ter este tipo de iniciativa”, destacou.
Responsável por trazer o curso para Salvador, a cirurgiã pediátrica Maria Jesus Bendicho, que atua no HS, lembra que a ideia surgiu após participar do mesmo curso meses atrás e “ter percebido que está muito bem montado e didaticamente perfeito”. A médica segue firme no seu propósito de promover atividades que motivem e entusiasmem equipes a cuidar das crianças cada vez melhor, diminuindo possíveis danos causados pelo cuidado. “Trazer este tipo de atividade, cursos e treinamentos, para evoluir uma equipe especializada em operar crianças, faz parte do meu compromisso com a Direção do hospital”, afirmou.